O Globo – Especialistas defendem que leilões de petróleo não sejam suspensos neste ano

Para eles, mudanças nas regras de partilha deveriam ser feitas com urgência. Produção de petróleo fecha 2019 com recorde

 

 

Plataforma P-74, no campo de Búzios, uma das quatro áreas do megaleilão de petróleo Foto: Divulgação/Petrobras
Plataforma P-74, no campo de Búzios, uma das quatro áreas do megaleilão de petróleo Foto: Divulgação/Petrobras

 

RIO – Para especialistas a produção de petróleo neste ano deverá continuar crescendo, não só com o aumento de produção dos vários sistemas instalados nos últimos dois anos pela Petrobras, como com o aumento da produção de outras empresas que compraram campos de menor porte da estatal.

 

No entanto, os especialistas estão preocupados com a possibilidade de o governo adiar os leilões de áreas do pré-sal  para o próximo ano. Segundo ele, apesar de ser positiva a possibilidade de mudança nas regras do regime de Partilha para atrair investidores, elas deveriam ser feitas com a máxima urgência ainda neste primeiro semestre, para que os leilões no pré-sal pudessem ser realizados no fim deste ano.

 

Para Leonardo Miranda, sócio na área de petróleo e gás de TozziniFreire Advogados, o governo deveria fazer a mudança de retirar da Petrobras o direito de preferência nos leilões do pré-sal o mais rápido possível,  para conseguir realizar os leilões ainda neste ano, considerando o ritmo forte  do setor nos últimos anos, após a retomada dos leilões em 216, e os preços significativos do petróleo no mercado internacional.

 

– O  governo deveria resolver rápido essa questão do direito de preferência  da Petrobras, é fácil, melhor do que mexer no regime de Partilha.  Não tem que diminuir o ritmo, tem que colocar o pé no acelerador. A indústria está muito dinâmica  – ressaltou Leonardo.

 

Para  Paulo Valois, sócio do escritório Schmidt Valois, a produção neste ano vai continuar crescente não só por conta do pré-sal, mas também por conta das empresas que compraram campos de menor porte (maduros) da Petrobras.

 

Segundo ele, será positivo se o governo está pensando em mudar o regime de Partilha para tornar mais atraentes os leilões, acabando com o direito de preferência da Petrobras. Mas essa questão deveria ser resolvida o mais rápido possível para se conseguir realizar os leilões do pré-sal ainda neste ano.

 
-Acho a medida correta , mudando o regime para relançar os leilões. Mas esse projeto de mudança do regime de Partilha deve ser considerado de interesse total do governo,  que deveria acelerar o processo para ser aprovado já neste primeiro semestre, para poder realizar os leilões no fim deste ano já – ressaltou Paulo Valois.

Produção recorde

A produção de petróleo  nos campos do pré-sal no ano passado bateu  todos os recordes, totalizando 633,98 milhões de barris, aumento de 21,56% em comparação aos 521,54 milhões extraídos em 2018, conforme antecipou o colunista do GLOBO Lauro Jardim. Já  a produção de gás natural no pré-sal ano passado totalizou 25,9 bilhões de metros cúbicos, um aumento de 23,27%  em relação aos 21,01 bilhões de metros cúbicos.

De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a produção no pré-sal representou ano passado cerca de 62% da produção total de petróleo no país, que totalizou 1,018  bilhão de barris. A  produção cresceu 7,78% em relação aos 944,1 milhões de barris extraídos em 2018.

https://oglobo.globo.com/economia/especialistas-defendem-que-leiloes-de-petroleo-nao-sejam-suspensos-neste-ano-24205329

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